A lei brasileira permite que empresas estrangeiras, mesmo estatais, comprem até 10 000 hectares de terra ‐ o equivalente à área da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro ‐ com uma autorização do Incra. Acima disso, é necessária a autorização do Congresso Nacional. Há planos de enrijecer essa legislação. Também não há políticas de contrapartida de produção local, como a própria China tem.
Na África, até pela debilidade das economias locais, o interesse foi basicamente por atrair recursos, sem impor restrição alguma. Lá, a China não apenas explora recursos naturais como também usa mão de obra própria em atividades que vão da construção civil à agricultura, passando pela mineração.
Os chineses têm a intenção declarada de produzir no Brasil boa parte da comida para sua enorme população e também da matéria‐prima para sustentar o crescimento de sua indústria. Num caso extremo, para suprir as necessidades chinesas, os brasileiros podem ter de abrir mão de recursos naturais necessários a seu próprio sustento. "Isso já ocorre na África, onde muita gente passa fome, enquanto países como China e Arábia Saudita produzem alimento para exportação", diz José Carlos Hausknecht, sócio da empresa de consultoria MB Agro.
É a indústria da fome!
É bom pra quem?
Nenhum comentário:
Postar um comentário